28. A época atual é de transição; confundem-se os elementos
das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos
à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando
cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes
são peculiares.
Têm ideias e pontos de vista opostos as duas gerações
que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém,
sobretudo das disposições intuitivas e inatas, torna-se
fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.
Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova
geração se distingue por inteligência e razão geralmente
precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças
espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo
grau de adiantamento anterior. Não se comporá exclusivamente
de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que,
já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas
as ideias progressivas e aptos a secundar o movimento
de regeneração.
O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados
é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem
a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos;
a propensão instintiva para as paixões degradantes,
para os sentimentos antifraternos de egoísmo, de
orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é
material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo
afastamento dos que se obstinam em não emendar-se; porque
são incompatíveis com o reinado da fraternidade e
porque o contacto com eles constituirá sempre um sofrimento
para os homens de bem. Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro
melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo,
por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, enquanto
esperem que uma depuração mais completa lhes abra o
acesso aos mundos superiores.