18. A ciência moderna abandonou os quatro elementos
primitivos dos antigos e, de observação em observação,
chegou à concepção de um só elemento gerador de todas as
transformações da matéria; mas, a matéria, por si só, é
inerte; carecendo de vida, de pensamento, de sentimento,
precisa estar unida ao princípio espiritual. O Espiritismo
não descobriu, nem inventou este princípio; mas, foi o primeiro
a demonstrar-lhe, por provas inconcussas, a existência;
estudou-o, analisou-o e tornou-lhe evidente a ação.
Ao elemento material, juntou ele o elemento espiritual*. Elemento
material e elemento espiritual, esses os dois princípios,
as duas forças vivas da natureza. Pela união indissolúvel
deles, facilmente se explica uma multidão de fatos até
então inexplicáveis.
O Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do universo, toca forçosamente na maior parte das ciências; só podia, portanto, vir depois da elaboração delas; nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo se explicar com o auxílio apenas das leis da matéria.
* A palavra elemento não é empregada aqui no sentido de corpo simples, elementar, de moléculas primitivas, mas no de parte constitutiva de um todo. Neste sentido, pode dizer-se que o elemento espiritual tem parte ativa na economia do universo, como se diz que o elemento civil e o elemento militar figuram no cálculo de uma população; que o elemento religioso entra na educação; ou que na Argélia existem o elemento árabe e o elemento europeu.