11. A natureza jamais se encontra em oposição a si mesma. Uma só é a divisa do brasão do universo: unidade-variedade. Remontando à escala dos mundos, encontra-se
unidade de harmonia e de criação, ao mesmo tempo que
uma variedade infinita no imenso jardim de estrelas. Percorrendo os degraus da vida, desde o último dos seres até
Deus, patenteia-se a grande lei de continuidade. Considerando as forças em si mesmas, pode-se formar com elas
uma série, cuja resultante, confundindo-se com a geratriz,
é a lei universal. Não podeis apreciar esta lei em toda a sua extensão,
por serem restritas e limitadas as forças que a representam
no campo das vossas observações. Entretanto, a gravitação
e a eletricidade podem ser consideradas como uma larga
aplicação da lei primordial, que impera para lá dos céus. Todas essas forças são eternas — explicaremos esse
termo — e universais, como a criação. Sendo inerentes ao
fluido cósmico, elas atuam necessariamente em tudo e em
toda parte, modificando suas ações pela simultaneidade ou
pela sucessividade, predominando aqui, apagando-se ali,
pujantes e ativas em certos pontos, latentes ou ocultas
noutros, mas, afinal, preparando, dirigindo, conservando e
destruindo os mundos em seus diversos períodos de vida,
governando os maravilhosos trabalhos da natureza, onde
quer que eles se executem, assegurando para sempre o
eterno esplendor da criação.