17. A fraternidade será a pedra angular da nova ordem
social; mas, não há fraternidade real, sólida, efetiva, senão
assente em base inabalável e essa base é a fé, não a fé em
tais ou tais dogmas particulares, que mudam com os tempos
e os povos e que mutuamente se apedrejam, porquanto,
anatematizando-se uns aos outros, alimentam o antagonismo,
mas a fé nos princípios fundamentais que toda a
gente pode aceitar e aceitará: Deus, a alma, o futuro, o progresso
individual indefinito, a perpetuidade das relações entre
os seres. Quando todos os homens estiverem convencidos
de que Deus é o mesmo para todos; de que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada de injusto pode querer;
que não dele, porém dos homens vem o mal, todos se considerarão
filhos do mesmo Pai e se estenderão as mãos uns
aos outros.
Essa a fé que o Espiritismo faculta e que doravante
será o eixo em torno do qual girará o gênero humano,
quaisquer que sejam os cultos e as crenças particulares.