31. Se, quando um desses astros se aproxima do nosso
pequenino globo, para lhe atravessar a órbita e voltar ao
seu apogeu, situado a uma distância incomensurável do
Sol, o acompanhássemos, pelo pensamento, para visitar
com ele as províncias siderais, transporíamos a prodigiosa
extensão de matéria etérea que separa das estrelas mais
próximas o Sol e, observando os movimentos combinados
desse astro, que se suporia desgarrado no deserto infinito,
ainda aí encontraríamos uma prova eloquente da universalidade das leis da natureza, que atuam a distâncias que a
mais ativa imaginação mal pode conceber. Aí, a forma elíptica toma a forma parabólica e a marcha se torna tão lenta que o cometa não chega a percorrer
mais que alguns metros, no mesmo tempo durante o qual,
em seu perigeu, percorria muitos milhares de léguas. Talvez um sol mais poderoso, mais importante do que o que
ele acaba de deixar, exerça sobre esse cometa uma atração
preponderante e o receba na categoria de seus súditos.
Então, na vossa pequenina Terra, em vão as crianças espantadas lhe aguardarão o retorno, que haviam predito,
baseando-se em observações incompletas. Nesse caso, nós,
que pelo pensamento acompanhamos a essas regiões desconhecidas o cometa errante, depararemos com uma nação nova, que os olhares terrenos não podem encontrar,
inimaginável para os Espíritos que habitam a Terra, inconcebível mesmo para as suas mentes, porquanto ela será
teatro de inexploradas maravilhas. Chegamos ao mundo astral, nesse mundo deslumbrante dos vastos sóis que irradiam pelo espaço infinito e que
são as flores brilhantes do magnífico jardim da criação. Lá
chegados, apenas saberemos o que é a Terra.