27. De todos os fatos que dão testemunho do poder de Jesus,
os mais numerosos são, não há contestar, as curas.
Queria ele provar dessa forma que o verdadeiro poder é o
daquele que faz o bem; que o seu objetivo era ser útil e não
satisfazer à curiosidade dos indiferentes, por meio de
coisas extraordinárias.
Aliviando os sofrimentos, prendia a si as criaturas pelo
coração e fazia prosélitos mais numerosos e sinceros, do
que se apenas os maravilhasse com espetáculos para os
olhos. Daquele modo, fazia-se amado, ao passo que se se
limitasse a produzir surpreendentes fatos materiais, conforme
os fariseus reclamavam, a maioria das pessoas não
teria visto nele senão um feiticeiro, ou um mágico hábil,
que os desocupados iriam apreciar para se distraírem.
Assim, quando João Batista manda, por seus discípulos,
perguntar-lhe se ele era o Cristo, a sua resposta não
foi: “Eu o sou”, como qualquer impostor houvera podido
dizer. Tampouco lhes fala de prodígios, nem de coisas maravilhosas;
responde-lhes simplesmente: “Ide dizer a João:
os cegos veem, os doentes são curados, os surdos ouvem, o
Evangelho é anunciado aos pobres.” O mesmo era que dizer:
“Reconhecei-me pelas minhas obras; julgai da árvore
pelo fruto”, porquanto era esse o verdadeiro caráter da sua
missão divina.