10. O grau da extensão das faculdades do Espírito é que,
na encarnação, o torna mais ou menos apto a conceber as
coisas espirituais. Essa aptidão, todavia, não é corolário
forçoso do desenvolvimento da inteligência; a ciência vulgar
não a dá, tanto assim que há homens de grande saber
tão cegos para as coisas espirituais, quanto outros o são
para as coisas materiais; são-lhes refratários, porque não
as compreendem, o que significa que ainda não progrediram
em tal sentido, ao passo que outros, de instrução e
inteligência vulgares, as aprendem com a maior facilidade,
o que prova que já tinham de tais coisas uma intuição prévia. É, para estes, uma lembrança retrospectiva do que viram
e souberam, quer na erraticidade, quer em suas existências
anteriores, como alguns têm a intuição das línguas
e das ciências de que já foram conhecedores.