4. Diz-se que uma estrela apareceu aos magos que foram adorar
a Jesus; que ela lhes ia à frente indicando-lhes o caminho e que
se deteve quando eles chegaram. (S. Mateus, 2:1–12.)
Não se trata de saber se o fato que S. Mateus narra é
real, ou se não passa de uma figura indicativa de que os
magos foram guiados de forma misteriosa ao lugar onde
estava o Menino, dado que não há meio algum de verificação; trata-se de saber se é possível um fato de tal natureza.
O que é certo é que, naquela circunstância, a luz não
podia ser uma estrela. Na época em que o fato ocorreu, era
possível acreditassem que fosse, porquanto então se cria
serem as estrelas pontos luminosos pregados no firmamento
e suscetíveis de cair sobre a Terra; não hoje, quando se
conhece a natureza das estrelas.
Entretanto, por não ter como causa a que lhe atribuíram, não deixa de ser possível o fato da aparição de uma
luz com o aspecto de uma estrela. Um Espírito pode aparecer
sob forma luminosa, ou transformar uma parte do seu
fluido perispirítico em foco luminoso. Muitos fatos desse
gênero, modernos e perfeitamente autênticos, não procedem
de outra causa, que nada apresenta de sobrenatural.
(Cap. XIV, n.os 13 e seguintes.)