13. Todas as religiões são acordes quanto ao princípio da
existência da alma, sem, contudo, o demonstrarem. Não o
são, porém, nem quanto à sua origem, nem com relação ao
seu passado e ao seu futuro, nem, principalmente, e isso é
o essencial, quanto às condições de que depende a sua sorte vindoura. Em sua maioria, elas apresentam, do futuro
da alma, e o impõem à crença de seus adeptos, um quadro
que somente a fé cega pode aceitar, visto que não suporta
exame sério. Ligado aos seus dogmas, às ideias que nos
tempos primitivos se faziam do mundo material e do mecanismo do universo, o destino que elas atribuem à alma não
se concilia com o estado atual dos conhecimentos. Não podendo, pois, senão perder com o exame e a discussão, as
religiões acham mais simples proscrever um e outra.