21. Dir-se-á que se podem evitar os homens sabidamente
mal-intencionados. É fora de dúvida; mas, como fugiremos
à influência dos maus Espíritos que pululam em torno de
nós e por toda parte se insinuam, sem serem vistos?
O meio é muito simples, porque depende da vontade
do homem, que traz consigo o necessário preservativo. Os
fluidos se combinam pela semelhança de suas naturezas;
os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre
os bons e os maus fluidos, como entre o óleo e a água.
Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao seu
saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos
miasmas, expelindo os eflúvios malsãos, por meio de mais
fortes correntes de ar salubre. À invasão, pois, dos maus
fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada
um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente,
todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se
apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais,
que se constitua para as más influências um repulsor, em
vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma
couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora,
como as suas qualidades guardam relação com as da alma,
importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições
da alma que atraem os Espíritos maus.
As moscas são atraídas pelos focos de corrupção; destruídos
esses focos, elas desaparecerão. Os maus Espíritos,
igualmente, vão para onde o mal os atrai; eliminado o
mal, eles se afastarão. Os Espíritos realmente bons, encarnados
ou desencarnados, nada têm que temer da influência
dos maus.