13. Se bem compreendemos a relação, ou, antes, a oposição entre a eternidade e o tempo, se nos familiarizamos
com a ideia de que o tempo não é mais do que uma medida
relativa da sucessão das coisas transitórias, ao passo que a
eternidade é essencialmente una, imóvel e permanente,
insuscetível de qualquer medida, do ponto de vista da
duração, compreenderemos que para ela não há começo,
nem fim. Doutro lado, se fazemos ideia exata — embora, necessariamente, muito fraca — da infinidade do poder divino,
compreenderemos como é possível que o universo haja existido sempre e sempre exista. Desde que Deus existiu, suas
perfeições eternas falaram. Antes que houvessem nascido
os tempos, a eternidade incomensurável recebeu a palavra
divina e fecundou o espaço, eterno quanto ela.