30. Ainda
são aquáticos os animais, ou, quando nada, anfíbios, a vida vegetal progride
pouco na terra seca. Desenvolve-se no seio dos mares uma prodigiosa quantidade
de animais de conchas, devido à formação das matérias calcáreas. Nascem novos
peixes, de organização mais aperfeiçoada do que no período anterior. Aparecem
os primeiros cetáceos. Os mais característicos animais dessa época são os
reptis monstruosos, entre os quais se notam:
O
ictiossauro, espécie de peixe-lagarto que chegava a ter 10 metros
de comprido e cujas mandíbulas, prodigiosamente alongadas, eram armadas de 180 dentes. Sua forma
geral lembra um pouco a do crocodilo, mas sem couraça escamosa. Seus olhos tinham
o volume da cabeça de um homem; possuía barbatanas como a baleia e, como esta,
expelia água por aberturas próprias para isso.
O
plesiossauro,
outro reptil marinho, tão grande quanto o
ictiossauro,
e cujo pescoço, excessivamente longo, se dobrava, como o do cisne, e lhe dava a
aparência de enorme serpente ligada a um corpo de tartaruga. Tinha a cabeça do
lagarto e os dentes do crocodilo. Sua pele devia ser lisa, qual a do
precedente, porquanto não se lhe descobriu nenhum vestígio de escamas ou de concha.
[1] O
teleossauro,
que mais se aproxima dos crocodilos atuais, parecendo estes um seu diminutivo.
Como os últimos, tinha uma couraça escamosa e vivia, ao mesmo tempo, na água e
em terra. Seu talhe era de cerca de 10 metros, dos quais 3 ou 4 só para a cabeça.
A boca tinha de abertura 2 metros.
O
megalossauro,
grande lagarto, espécie de crocodilo, de 14 a 15 metros de comprimento.
Essencialmente carnívoro, nutria-se de reptis, de pequenos crocodilos e de
tartarugas. Sua formidável mandíbula era armada de dentes em forma de lâmina de
podadeira, de gume duplo, recurvados para trás, de tal jeito que, uma vez
enterrados na presa, impossível se tornaria a esta desprender-se.
O
iguanodonte, o maior dos
lagartos que já apareceram na Terra. Tinha de 20 a 25 metros da cabeça à extre-
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midade da cauda e sobre o focinho um chifre ósseo,
semelhante ao do iguano da atualidade, do qual parece que não diferia senão
pelo tamanho. O último tem apenas 1 metro de comprido. A forma dos dentes prova
que ele era herbívoro e a dos pés que era animal terrestre. O
pterodáctilo, animal estranho, do tamanho de um cisne,
participando, simultaneamente, do reptil pelo corpo, do pássaro pela cabeça e
do morcego pela membrana carnuda que lhe religava os dedos prodigiosamente
longos. Essa membrana lhe servia de pára-quedas quando se precipitava sobre a
presa do alto de uma árvore ou de um rochedo. Não possuía bico córneo, como os
pássaros, mas os ossos das mandíbulas, do comprimento da metade do corpo e
guarnecidos de dentes, terminavam em ponta como um bico.