9.
Os fósseis de animais absolutamente não
contêm, e isso é fácil de conceber-se, senão as partes sólidas e resistentes,
isto é, as ossaturas, as escamas e os cornos; são, não raro, esqueletos completos; as mais das vezes, no
entanto, são apenas partes destacadas, mas cuja procedência facilmente se
reconhece. Examinando-se uma queixada, um dente, logo se vê se pertence a um
animal herbívoro, ou carnívoro. Como todas as partes do animal guardam
necessária correlação, a forma da cabeça, de uma omoplata, de um osso da perna,
de um pé, basta para determinar o porte, a forma geral, o gênero de vida do
animal
[1].
Os animais terrestres têm uma organização que não permite sejam confundidos com
os animais aquáticos.
São extremamente numerosos os peixes e
os moluscos testáceos fósseis; só estes últimos formam, às vezes, bancos
inteiros de grande espessura. Pela natureza deles, verifica-se sem dificuldade
se são animais marinhos ou de água doce.
No ponto a que Jorge
Cuvier levou a ciência paleontológica, um só osso basta freqüentemente para
determinar o gênero, a espécie, a forma de um animal, seus hábitos, e para o
reconstruir todo inteiro.