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A par disto, ponhamos em evidência o quadro do médium verdadeiramente
bom, daquele em que se pode confiar. Supor-lhe-emos, antes de tudo, uma
grandíssima facilidade de execução, que permita se comuniquem livremente
os Espíritos, sem encontrarem qualquer obstáculo material. Isto posto, o
que mais importa considerar é de que natureza são os Espíritos que
habitualmente o assistem, para o que não nos devemos ater aos nomes,
porém, à linguagem. Jamais deverá ele perder de vista que a simpatia,
que lhe dispensam os bons Espíritos, estará na razão direta de seus
esforços por afastar os maus. Persuadido de que a sua faculdade é um dom
que só lhe foi outorgado para o bem, de nenhum modo procura
prevalecer-se dela, nem apresentá-la como demonstração de mérito seu.
Aceita as boas comunicações, que lhe são transmitidas, como uma graça,
de que lhe cumpre tornar-se cada vez mais digno, pela sua bondade, pela
sua benevolência e pela sua modéstia. O primeiro se orgulha de suas
relações com os Espíritos superiores; este outro se humilha, por se
considerar sempre abaixo desse favor.