121. Tem, pois, dois corpos o
indivíduo que se mostra simultaneamente em dois lugares diferentes.
Mas, desses dois corpos, um somente é real, o outro é simples aparência.
Pode-se dizer que o primeiro tem a vida orgânica e que o segundo tem a
vida da alma. Ao despertar o indivíduo, os dois corpos se reúnem e a
vida da alma volta ao corpo material. Não parece possível, pelo menos
não conhecemos disso exemplo algum, e a razão, ao nosso ver, o
demonstra, que, no estado de separação, possam os dois corpos gozar,
simultaneamente e no mesmo grau, da vida ativa e inteligente. Demais, do
que acabamos de dizer ressalta que o corpo real não poderia morrer,
enquanto o corpo aparente se conservasse visível, porquanto a
aproximação da morte sempre atrai o Espírito para o corpo, ainda que
apenas por um instante. Daí resulta igualmente que o corpo aparente não
poderia ser matado, porque não é orgânico, não é formado de carne e
osso. Desapareceria, no momento em que o quisessem matar*.
Ver na Revue spirite, janeiro de 1859: O Duende de Baiona; fevereiro de 1859:Os agêneres; meu amigo Hermann; maio de 1859.