44. Sistema da alma coletiva. — Constitui uma variante do precedente.
Segundo este sistema, apenas a alma do médium se manifesta, porém,
identificada com a de muitos outros vivos, presentes ou ausentes, e
formando um todo coletivo, em que se acham reunidas as aptidões, a inteligência e os conhecimentos de cada um. Conquanto se intitule A Luz * , a brochura onde esta teoria vem exposta, muito obscuro se nos afigura o seu estilo.
Confessamos
não ter logrado compreendê-la e dela falamos unicamente de memória. É,
em suma, como tantas outras, uma opinião individual, que conta poucos
prosélitos. Pelo nome de Emah Tirpsé, o autor designa o ser coletivo criado pela sua imaginação. Por epígrafe, tomou a seguinte sentença:Nada há oculto que não deva ser conhecido.Esta
proposição é evidentemente falsa, porquanto uma imensidade há de coisas
que o homem não pode e não tem que saber. Bem presunçoso seria aquele
que pretendesse devassar todos os segredos de Deus.
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* Comunhão. A luz do fenômeno do Espírito. Mesas falantes, sonâm-
bulos, médiuns, milagres. Magnetismo espiritual: poder da prática
da fé. Por Emah Tirpsé, uma alma coletiva que escreve por inter-
médio de uma prancheta. Bruxelas, 1858, casa Devroye.