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Dado que podem produzir ruídos e pancadas, os Espíritos podem
igualmente fazer se ouçam gritos de toda espécie e sons vocais que
imitam a voz humana, assim ao nosso lado, como nos ares. A este fenômeno
é que damos o nome de
pneumatofonia. Pelo
que sabemos da natureza dos Espíritos, podemos supor que, dentre eles,
alguns, de ordem inferior, se iludem e julgam falar como quando vivos.
(Veja-se
Revue spirite, fevereiro de 1858: História da aparição de Mlle. Clairon.)
Devemos, entretanto, preservar-nos de tomar por vozes ocultas todos os
sons que não tenham causa conhecida, ou simples zumbidos, e, sobretudo,
de dar o menor crédito à crença vulgar de que, quando o ouvido nos
zune, é que nalguma parte estão falando de nós. Aliás, nenhuma
significação têm esses zunidos, cuja causa é puramente fisiológica, ao
passo que os sons pneumatofônicos exprimem pensamentos e nisso está o
que nos faz reconhecer que são devidos a uma causa inteligente e não
acidental.
Pode-se estabelecer, como princípio, que os efeitos notoriamente inteligentes
são os únicos capazes de atestar a intervenção dos Espíritos. Quanto
aos outros, há pelo menos cem probabilidades contra uma de serem
oriundos de causas fortuitas.