9. A figueira que secou é o
símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em
realidade, nada de bom produzem; dos oradores que mais brilho têm do que
solidez, cujas palavras trazem superficial verniz, de sorte que agradam
aos ouvidos, sem que, entretanto, revelem, quando perscrutadas, algo de
substancial para os corações. É de perguntar-se que proveito tiraram
delas os que as escutaram.
Simboliza também todos aqueles que,
tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas
ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. O que as mais das
vezes falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras
do coração, a fé, numa palavra, que transporta montanhas. São árvores
cobertas de folhas, porém, baldas de frutos. Por isso é que Jesus as
condena à esterilidade, porquanto dia virá em que se acharão secas até à
raiz. Quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que nenhum
bem para a humanidade houverem produzido, cairão reduzidas a nada; que
todos os homens deliberadamente inúteis, por não terem posto em ação os
recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira que secou.