(Sociedade espírita de Paris, 17 de janeiro de 1864 - Médium: Sra. Costel)
Meus amigos, venho a vós, que sois os experimentados e os proletários do sofrimento. Venho saudar-vos, bravos e dignos operários, em nome da caridade e do amor.
Sois os bem-amados de Jesus, do qual fui amigo. Repousai na crença espírita, como repousei no seio do enviado divino. Operários, sois os eleitos na via dolorosa da provação, onde marchais de pés sangrentos e coração desencorajado. Esperai, irmãos! Todo sofrimento leva consigo o seu salário; toda jornada laboriosa tem sua noite de repouso. Crede no futuro, que será vossa recompensa, e não busqueis o esquecimento, que é ímpio. O esquecimento, meus amigos, é a embriagues egoísta ou brutal; é a fome para vossos filhos e o choro para vossas esposas. O esquecimento é uma covardia.
Que pensaríeis de um operário que, sob pretexto de leve fadiga, deixasse a oficina e interrompesse covardemente a jornada iniciada? Meus amigos, a vida é a jornada da eternidade. Cumpri bravamente o seu labor; não sonheis com um repouso impossível; não adianteis o relógio do tempo; tudo vem na devida hora: a recompensa pela coragem e a bênção para o coração comovido que se confia à eterna justiça.
Sede espíritas e tornar-vos-eis fortes e pacientes, porque aprendereis que as provas são uma garantia de progresso, e que elas vos abrirão a entrada do repouso feliz, onde bendireis os sofrimentos que vos terão aberto o seu acesso.
A vós todos, operários e amigos, minhas bênçãos. Assisto às vossas reuniões, porque sois os bem-amados daquele que foi
JOÃO, O EVANGELISTA