28. Os sonhos propriamente ditos apresentam os três
caracteres das visões acima descritas. Às duas primeiras
categorias dessas visões pertencem os sonhos de previsões,
pressentimentos e avisos*. Na terceira, isto é, nas criações
fluídicas do pensamento, é que se pode deparar com a causa
de certas imagens fantásticas, que nada têm de real,
com relação à vida corpórea, mas que apresentam às vezes,
para o Espírito, uma realidade tal, que o corpo lhe sente o
contrachoque, havendo casos em que os cabelos
embranquecem sob a impressão de um sonho. Podem essas
criações ser provocadas: pela exaltação das crenças;
por lembranças retrospectivas; por gostos, desejos, paixões,
temor, remorsos; pelas preocupações habituais; pelas necessidades
do corpo, ou por um embaraço nas funções do
organismo; finalmente, por outros Espíritos, com objetivo
benévolo ou maléfico, conforme a sua natureza.**
* Veja-se, abaixo, o cap. XVI, “Teoria da presciência”, nos 1, 2 e 3.
** Revue spirite, junho de 1866, pág. 172, e setembro de 1866,
pág. 284. —
O Livro dos Espíritos, Parte 2.a, cap. VIII, n.º 400.