31. Quando ele foi vindo ao lugar onde estavam os outros discípulos, viu em torno destes uma grande multidão de pessoas e
muitos escribas que com eles disputavam. — Logo que deu com
Jesus, todo o povo se tomou de espanto e temor e correram todos
a saudá-lo. — Perguntou ele então: Sobre que disputáveis em assembleia?
— Um homem, do meio do povo, tomando a palavra, disse: Mestre,
trouxe-te meu filho, que está possesso de um Espírito mudo;
— em todo lugar onde dele se apossa, atira-o por terra e o menino
espuma, rilha os dentes e se torna todo seco. Pedi a teus discípulos
que o expulsassem, mas eles não puderam. — Disse-lhes Jesus: Oh! gente incrédula, até quando estarei
convosco? Até quando vos suportarei? Trazei-mo. — Trouxeram-lho
e ainda não havia ele posto os olhos em Jesus, e o Espírito entrou
a agitá-lo violentamente; ele caiu no chão e se pôs a rolar
espumando. — Jesus perguntou ao pai do menino: Desde quando isto lhe
sucede? — Desde pequenino, diz o pai. — E o Espírito o tem lançado, muitas vezes, ora à água, ora ao fogo, para fazê-lo perecer; se
alguma coisa puderes, tem compaixão de nós e socorre-nos. — Respondeu-lhe Jesus: Se puderes crer, tudo é possível àquele
que crê. — Logo exclamou o pai do menino, banhado em lágrimas:
Senhor, creio, ajuda-me na minha incredulidade. — Jesus, vendo que o povo acorria em multidão, falou em tom
de ameaça ao Espírito impuro, dizendo-lhe: Espírito surdo e mudo
sai desse menino e não entres mais nele. — Então, o Espírito,
soltando grande grito e agitando o menino em violentas convulsões,
saiu, ficando como morto o menino, de sorte que muitos
diziam que ele morrera. — Mas Jesus, tomando-lhe as mãos e
amparando-o, fê-lo levantar-se. — Quando Jesus voltou para casa, seus discípulos lhe perguntaram,
em particular: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio?
— Ele respondeu: Os demônios desta espécie não podem
ser expulsos senão pela prece e pelo jejum. (S. Marcos, 9:13–28.)