7. Um fato característico e da mais alta importância, pelo testemunho irrecusável
que oferece, consiste no existirem, em quantidades enormes, despojos fósseis de
animais e vegetais, dentro das diferentes camadas. Como esses despojos se
encontram até nas mais duras pedras, há de concluir-se que a existência de tais seres
é anterior à formação das aludidas pedras. Ora, se levarmos em conta o prodigioso
número de séculos que foram necessários para que se lhes produzisse o
endurecimento e para que elas alcançassem o estado em que se acham desde tempos
imemoriais, chega-se forçosamente à conclusão de que o aparecimento de seres
orgânicos na Terra se perde na noite das idades e é muito anterior, por conseguinte, à
data que lhes assina a gênese.*
*Fóssil, do latim fossilia, fossilis, derivado de fossa, e de fodere, cavar, escavar a terra, é uma palavra
que em geologia se emprega designando corpos ou despojos de corpos orgânicos de seres que viveram
anteriormente às épocas históricas. Por extensão, diz-se igualmente das substâncias minerais que revelam
traços da presença de seres organizados, quais as marcas deixadas por vegetais ou animais.
O termo petrificado se emprega relativamente aos corpos que se transformaram em pedra,
pela infiltração de matérias silicosas ou calcáreas nos tecidos orgânicos. Todas as petrificações
necessariamente são fósseis, mas nem todos os fósseis são petrificações.
Nos objetos que se revestem de uma camada pedregosa quando mergulhados em certas águas
carregadas de substâncias calcáreas, como as do regato de Saint Allyre, perto de Clermont, no Auvergne
(França), não são petrificações propriamente ditas, porém simples incrustações.
Os monumentos, inscrições e objetos produzidos por fabricação humana, esses pertencem à arqueologia.