1.
A crença na eternidade das penas perde a cada dia tanto terreno
que, sem ser profeta, se pode prever seu fim próximo. Ela foi combatida
por
argumentos tão poderosos e tão peremptórios que parece quase supérfluo
ocupar-se dela doravante, e que basta deixá-la extinguir-se. No entanto,
não se
pode dissimular que, por mais caduca que esteja, ainda constitui o ponto
de reunião dos adversários das ideias novas, aquele que eles defendem
com mais
obstinação, porque é um dos lados mais vulneráveis e eles preveem as
consequências de sua queda. Deste ponto de vista, esta questão merece um
exame sério.