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Dando a nova revelação ideias mais sãs da vida futura, e provando que
se pode obter a salvação por suas próprias obras, ela deve encontrar
uma oposição tanto mais viva quanto seca uma fonte mais importante de
produtos. Assim é a cada vez que uma descoberta ou uma invenção vêm
mudar os hábitos. Aqueles que vivem dos antigos procedimentos custosos
defendem-nos e criticam os novos, mais econômicos. Acredita-se, por
exemplo, que a imprensa, apesar dos serviços que devia prestar à
humanidade, deve ter sido aclamada pela numerosa classe dos copistas?
Claro que não; eles devem tê-la amaldiçoado. Foi assim com as máquinas,
as estradas de ferro e cem outras coisas.
Aos olhos dos incrédulos, o
dogma da eternidade das penas é uma questão fútil da qual se riem; aos
olhos do filósofo, tem uma gravidade social pelos abusos a que dá
ensejo; o homem verdadeiramente religioso vê a dignidade da religião
interessada na destruição desses abusos e de sua causa.