19. É incontestável que a alma, atrasada intelectual e moralmente, como a
dos povos bárbaros, não pode ter os mesmos elementos de bem aventurança,
as mesmas aptidões para gozar dos esplendores do infinito, do que
aquela cujas faculdades são todas amplamente desenvolvidas. Portanto, se
as almas não progridem, não podem, nas condições mais favoráveis, gozar
perpetuamente senão de uma bem-aventurança por assim dizer negativa.
Logo, chega-se forçosamente, para estar de acordo com a rigorosa
justiça, a esta consequência de que as almas mais avançadas são as
mesmas que as que estavam atrasadas e que progrediram. Mas aqui tocamos
na grande questão da pluralidade das existências, como único meio
racional de resolver a dificuldade. Porém, faremos abstração dela, e
consideraremos a alma numa única existência.