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Um meio empregado, às vezes com êxito, para se conseguir identificar um
Espírito que se comunica, quando ele se torna suspeito, consiste em
fazê-lo afirmar, em
nome do Deus todo-poderoso, que
é realmente quem diz ser. Sucede frequentemente que o que se apresentou
com um nome usurpado recua diante do sacrilégio e que, tendo começado a
dizer:
Afirmo, em nome de. . . para e traça,
colérico, riscos sem valor no papel, ou quebra o lápis. Se é mais
hipócrita, ladeia a questão, mediante uma restrição mental, escrevendo,
por exemplo:
Certifico-vos que digo a verdade, ou então: Atesto, em nome de Deus, que sou mesmo eu quem vos fala,
etc. Alguns há, entretanto, nada escrupulosos, que juram tudo o que se
lhes exigir. Um desses se comunicou a um médium, dizendo-se
Deus,
e o médium, honrado com tão alta distinção, não hesitou em acreditá-lo.
Evocado por nós, não ousou sustentar a sua impostura e disse: Não sou
Deus, mas sou seu filho. — És então Jesus? Isto não é provável,
porquanto Jesus está muito altamente colocado para empregar um
subterfúgio. Ousas, não obstante, afirmar que és o Cristo? — Não digo
que sou Jesus; digo que sou filho de Deus, porque sou uma de suas
criaturas.
Deve-se concluir daí que o recusar um Espírito afirmar
a sua identidade, em nome de Deus, é sempre uma prova manifesta de que o
nome que ele tomou é uma impostura; mas também que, se ele o afirma,
essa afirmação não passa de uma presunção, não constituindo prova certa.