44. Sistema da alma coletiva. — Constitui uma variante
do precedente. Segundo este sistema, apenas a alma do
médium se manifesta, identificada, porém, com a de muitos outros vivos, presentes ou ausentes, e formando um
todo coletivo, em que se acham reunidas as aptidões,
a inteligência e os conhecimentos de cada um. Conquanto se intitule
A Luz*, a brochura onde esta teoria vem
exposta, muito obscuro se nos afigura o seu estilo.
* "Comunhão. A luz do fenômeno do Espírito. Mesas falantes, sonâmbulos, médiuns, milagres. Magnetismo espiritual: poder da prática
da fé. Por Emah Tirpsé, uma alma coletiva que escreve por intermédio de uma prancheta." Bruxelas, 1858, casa Devroye.
Confessamos não ter logrado compreendê-la e dela falamos unicamente de memória. É, em suma, como tantas outras, uma opinião individual, que conta poucos prosélitos. Pelo nome de Emah Tirpsé, o autor designa o ser coletivo criado pela sua imaginação. Por epígrafe, tomou a seguinte sentença: Nada há oculto que não deva ser conhecido. Esta proposição é evidentemente falsa, porquanto uma imensidade há de coisas que o homem não pode e não tem que saber. Bem presunçoso seria aquele que pretendesse devassar todos os segredos de Deus.