Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1860

Allan Kardec

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Progresso dos Espíritos (Médium, Sra. Costel)

Os Espíritos podem avançar intelectualmente, se o quiserem sincera e firmemente. Como os homens, eles têm o livre-arbítrio, e o estado errante não lhes impede o exercício de suas faculdades; até auxilia, dando-lhes meios de observação, de que podem aproveitar-se.

Os maus Espíritos não estão fatalmente condenados a permanecer no mal. Eles podem progredir, mas raramente o querem, pois lhes falta discernimento e encontram uma espécie de prazer malsão no mal que praticam. Para que voltem ao bem é necessário sejam violentamente chocados e punidos, porque seus cérebros tenebrosos só se esclarecem pelo castigo.

Os Espíritos fracos, que não fazem o mal por prazer, mas que não se adiantam, são detidos por sua própria fraqueza e por uma espécie de entorpecimento que lhes paralisa as faculdades; vão sem saber aonde; o tempo se passa sem que o avaliem; pouco se interessam pelo que veem e disso não tiram proveito, ou se revoltam. É preciso haver chegado a um certo grau de progresso moral para poderem progredir na erraticidade. Esses pobres Espíritos por vezes escolhem muito mal as suas provas; sobretudo procuram ser o melhor possível na vida material, sem se inquietarem muito com o que serão depois. Esses Espíritos fracos aspiram ardentemente à reencarnação, não para se depurarem, mas para viverem ainda. Os seres que fizeram muitas migrações são mais experimentados que os outros: cada uma de suas existências depositou neles certa soma de conhecimentos mais consideráveis; viram e retiveram; são menos ingênuos do que aqueles que se acham mais próximos do ponto de partida.

Os Espíritos vindos da Terra nela reencarnam mais frequentemente do que em qualquer outro lugar, porque a experiência adquirida é aí mais aplicável.

Quase não visitam outros mundos, senão antes ou após o seu aperfeiçoamento. Em cada planeta são diversas as condições de existência, pois Deus é inesgotável na variedade de suas obras. Entretanto, os seres que os habitam obedecem às mesmas leis de expiação e tendem todos para o mesmo objetivo, de completa perfeição.

GEORGES

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