Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1862

Allan Kardec

Voltar ao Menu
Dissertações espíritas

Aos membros da sociedade de Paris que partem para a Rússia

(Sociedade Espírita de Paris, abril de 1862 - Médium: Sr. E. vezy)

Ide e ensinai, disse o Senhor. É a vós, filhos da grande família que se forma, que me dirijo esta noite. Voltais à vossa pátria e às vossas famílias. No lar, não esqueçais que um outro pai, o Pai Celeste, quis comunicar-se e se vos dar a conhecer. Ide, e que, sobretudo, a semente sempre esteja pronta para ser lançada nas leiras que ides abrir nessa terra que não tem bastante rochas nas entranhas para não se abrir ao arado.

Vossa pátria é chamada a tornar-se grande e forte, não só pela Literatura, pela Ciência, pelo gênio e pelo número, mas ainda por seu amor e seu devotamento ao criador de todas as coisas.

Que a vossa caridade se torne, pois, larga e poderosa. Não receeis espalhar a mancheias em vosso derredor. Sabei que a caridade não se faz somente com a esmola, mas também com o coração!... O coração, eis a grande fonte do bem, a fonte dos eflúvios que se devem espargir e aquecer a vida dos que sofrem em redor de vós!...

Ide e pregai o Evangelho, novos apóstolos do Cristo.

Deus vos situou no alto, a fim de que todos vos possam ver e que vossas palavras sejam bem compreendidas.

Mas é sempre olhando o Céu e a Terra, isto é, Deus e a Humanidade, que atingireis o grande objetivo que vos propondes atingir e para o que nós vos ajudamos.

O campo é vasto. Ide, pois, e semeai, para que em breve possamos fazer a colheita.

Podeis anunciar por toda parte que em breve chegará o grande reino, reino de felicidade e satisfação para todos os que quiseram crer e amar, pois dele participarão.

Recebei, pois, antes de partir, o último conselho que vos damos sob este belo céu que todos amam, sob o céu da França! Recebei o último adeus dos amigos que continuarão a vos ajudar no duro caminho que lá ides percorrer. Entretanto, nossas mãos invisíveis vo-lo tornarão mais fácil, e se souberdes aí ter perseverança, vontade, coragem, vereis caírem os obstáculos à vossa frente.

Quando ouvirem de vossa boca estas palavras: “Todos os homens são irmãos e devem apoiar-se reciprocamente para marchar”, quanta admiração e quantas exclamações! Sorrirão ao verem que professais tal doutrina, e dirão baixinho: “Eles, os grandes, dizem coisas bonitas, mas não são marcos que indicam os caminhos que não percorrem?”

Mostrai. Mostrai-lhes então que o espírita, esse novo apóstolo do Cristo, não está no meio da estrada para indicar a direção, mas toma do machado e do cutelo e se atira às mais sombrias florestas para rasgar o caminho e desviar os espinhos dos passos dos que os seguem.

Sim, os novos discípulos do Cristo devem ser vigorosos; devem marchar com o passo firme e de mãos ativas. Não há barreiras à sua frente. Todas devem cair aos seus esforços e aos seus golpes. As densas florestas, as lianas e as sarças quebrar-se-ão para deixar que vejam um pedaço do céu!

Então aí estará o consolo e a felicidade.

Que recompensa a vossa! Os Espíritos bem-aventurados exclamarão: “Bravo! Bravo!”. Filhos, em breve sereis dos nossos e em breve vos chamaremos nossos irmãos, porque a tarefa que vos impusestes voluntariamente, soubestes desempenhála. Deus tem grandes recompensas para os que trabalham no seu campo. Ele dá a colheita a todos os que contribuem para a grande obra!

Ide, pois, em paz. Ide, que vos abençoamos. Que essa bênção vos dê a felicidade e vos encha de coragem. Não esqueçais nenhum dos vossos irmãos da grande sociedade da França. Todos fazem votos por vós e por vossa pátria, que o Espiritismo tornará poderosa e forte. Ide. Os bons Espíritos vos assistem!

SANTO AGOSTINHO

Relações amigas entre vivos e mortos

(Sociedade espírita de Argélia - Médium: Sr. B...)

P. ─ Por que, em nossas conversas com os Espíritos de pessoas que mais amamos, sentimos um embaraço, uma frieza mesmo, que jamais teríamos sentido quando vivos?

R. ─ Porque sois materiais e nós não mais o somos. Vou fazer uma comparação que, como todas as comparações, não será absolutamente exata, mas será o bastante para o que quero dizer.

Suponho que experimentes por uma mulher uma dessas paixões que só os romancistas imaginam entre vós e que considerais exageradas, enquanto que para nós parecem diferir pouco das que conhecemos pelo espaço infinito.

Continuo supondo. Depois de ter tido, por algum tempo, a felicidade inefável de falar diariamente com essa mulher e de contemplá-la à vontade, uma circunstância qualquer faz com que não mais possas vê-la e que te deves contentar apenas em ouvi-la. Crês que teu amor resistiria sem nenhum arrefecimento a uma situação desse gênero, prolongada indefinidamente? Confessa que ele sofreria qualquer modificação, ou aquilo que nós chamaríamos uma diminuição.

Vamos mais longe. Não só não podes mais ver essa bela amiga, mas não podes nem mesmo ouvi-la, porque ela foi sequestrada. Não deixam que te aproximes. Prolonga essa situação por alguns anos e verás o que acontece.

Agora, mais um passo. A mulher que amas está morta. Ela está, desde muito, enterrada nas trevas da sepultura. Nova mudança em ti. Não quero dizer que a paixão morreu com o seu objeto, mas sustento que pelo menos transformou-se. É de tal modo que se, por um favor do Céu, a mulher que tanto lamentas e por quem sempre choras viesse apresentar-se à tua frente, não na odiosa realidade de um esqueleto que repousa no cemitério, mas com a forma que tu amavas e adoravas até o êxtase, tens certeza de que o primeiro efeito da aparição imprevista não seria um sentimento de profundo terror?

Como vês, meu amigo, é que as paixões, as afeições vivas não são possíveis em toda a sua extensão senão entre criaturas da mesma natureza, entre mundanos e mundanos, entre Espíritos e Espíritos. Com isso não quero dizer que toda a afeição deva apagar-se com a morte. Quero dizer que ela muda de natureza e toma um outro caráter. Numa palavra, quero dizer que em vossa Terra conservais uma boa lembrança daqueles a quem amastes, mas que a matéria, em cujo meio viveis, não vos permite compreender nem praticar outra coisa senão amores materiais, e que um tal gênero de amor, naturalmente impossível entre vós e nós, vos torna tão canhestros e frios nas vossas relações conosco. Se queres convencer-te, relê algumas conversas espíritas entre parentes, amigos e conhecidos. Tu as julgarás de uma frieza que gelaria os habitantes dos pólos.

Não é por nossa vontade, nem nos entristecemos por isso, desde que sejamos suficientemente elevados na hierarquia dos Espíritos para o notar e compreender. Mas, naturalmente, isso não deixa de ter algumas influências sobre a maneira de ser para convosco.

Lembras-te da história de Hanifa que, podendo entrar em comunicação com a sua filha querida, que ela tanto chorara, faz-lhe esta primeira pergunta: “Há um tesouro oculto nesta casa?” Que bela mistificação recebeu! Essa não foi roubada.

Meu amigo! Penso ter dito o bastante para que bem sintas a causa do mal-estar que necessariamente existe entre vós e nós. Eu poderia ter dito mais. Poderia ter dito, por exemplo, que vemos todas as vossas imperfeições e impurezas do corpo e da alma e que, do vosso lado, tendes a consciência de que o vemos. Confessa que é embaraçoso para ambos os lados. Coloca dois amantes apaixonadíssimos nessa caixa de vidro onde tudo aparece, tanto no moral como no físico, e imagina o que acontecerá.

Quanto a nós, animados por um sentimento de caridade que não podeis compreender, somos, em relação a vós, como a boa mãe a quem as enfermidades e as sujeiras do filho chorão, que lhe tira o sono, não fazem esquecer, nem por um instante, os sublimes instintos da maternidade. Nós vos vemos fracos, feios e maus, contudo, nós vos amamos, porque tratamos de vos melhorar. Entretanto, vós não nos fazeis justiça, temendo-nos mais do que nos amando.

DÉSIRÉ LÉGLISE

(Poeta argelino falecido em 1851)

As duas lágrimas

(Sociedade espírita de Lyon; grupo Villon - Médium: Sra. Boulland)

Um Espírito era forçado a deixar a Terra, que não teria podido visitar, porque vinha de uma região muito inferior. Entretanto, ele havia pedido para sofrer uma prova, e Deus não lha tinha recusado. Ora! A esperança que tinha alimentado ao entrar no mundo terreno não se havia realizado e sua natureza bruta, passando a dominar cada um de seus dias, havia sido marcada por faltas sempre maiores.

Durante muito tempo, todos os Espíritos guias dos homens tinham tentado desviá-lo do caminho que trilhava, mas, cansados de lutar, haviam abandonado esse infeliz a si mesmo, quase temerosos de seu contato.

No entanto, tudo tem um fim. Mais cedo ou mais tarde o crime se descobre e a justiça repressiva dos homens impõe ao culpado a pena de talião. Dessa vez não foi cabeça por cabeça. Foi cabeça por cem. Ontem esse Espírito, depois ter ficado meio século na Terra, ia voltar ao espaço para ser julgado pelo Supremo Juiz, que pesa as faltas muito mais inexoravelmente do que o faríeis vós mesmos.

Em vão os Espíritos guardiães tinham voltado com a condenação e tentado introduzir o arrependimento nessa alma rebelde. Em vão dele tinham aproximado os Espíritos de toda a família. Cada um desejaria arrancar-lhe um suspiro de pesar, ou ao menos um sinal. Aproximava-se o momento fatal e nada emocionava essa alma de bronze e, por assim dizer, bestial.

Entretanto um único pesar, antes de deixar a vida, poderia ter dulcificado os sofrimentos do infeliz, condenado pelos homens a perder a vida, e por Deus aos incessantes remorsos, a horrível tortura semelhante ao abutre a roer o coração que se restaura sem cessar.

Enquanto os Espíritos trabalhavam sem descanso para nele fazer renascer ao menos o pensamento de arrependimento, um outro Espírito, Espírito encantador, dotado de uma sensibilidade e de uma ternura sublimes, voava em redor de uma cabeça muito querida, cabeça ainda viva, e lhe dizia: “Pensa nesse infeliz que vai morrer e fala-me dele”.

Quando a caridade é simpática; quando dois Espíritos se entendem como se fossem apenas um, o pensamento como que se carrega de eletricidade. Logo em seguida o Espírito encarnado disse a esse mensageiro do amor: “Meu filho, procura inspirar um pouco de remorso a esse miserável que vai morrer. Vai e consola-o”.

Pensando nisso, ao compreender tudo o que esse infeliz criminoso ia ter de suportar em sofrimentos para sua expiação, uma lágrima furtiva escapou-se dos olhos daquele que só, nessa hora matinal, levantava-se pensando naquele ser impuro que dentro de instantes deveria prestar contas.

O suave mensageiro recolheu essa lágrima benfazeja na concha da mão minúscula e, em voo rápido, a levou ao tabernáculo onde se guardam essas relíquias, e assim fez a sua prece.

─ Senhor, um ímpio vai morrer. Vós o condenastes, mas dissestes: “Eu perdoo quando há remorso e concedo indulgência quando há arrependimento”. Eis uma lágrima de verdadeira caridade, que extravasou do coração para os olhos do ser que mais amo na Terra. Eu vos trago esta lágrima. É o resgate do sofrimento. Dai-me o poder de enternecer o coração de rocha do Espírito que vai expiar os seus crimes.

─ Vai, respondeu-lhe o Mestre. Vai, meu filho. Essa lágrima bendita pode pagar muitos resgates.

A suave criança partiu e chegou junto do criminoso no momento do suplício. O que ela lhe disse só Deus o sabe; o que se passou naquele ser transviado ninguém compreendeu, mas, abrindo os olhos à luz, ele viu desdobrar-se à sua frente um passado horroroso. Ele, a quem o instrumento fatal não abalava, a quem a condenação à morte tinha feito sorrir, ergueu os olhos e uma grossa lágrima causticante como o chumbo fundido caiu de seus olhos.

A essa prova muda que lhe testemunhava que sua prece tinha sido ouvida, o anjo da caridade estendeu sobre o infeliz as suas brancas asas, recolheu aquela lágrima e parecia dizer: “Infeliz! Sofrerás menos. Eu levo a tua redenção!”

Que contraste pode inspirar a caridade do Criador! O mais impuro dos seres, nos últimos degraus da escada, e o anjo mais casto prestes a entrar no mundo dos eleitos, a um sinal vem estender a sua proteção visível sobre esse pária da Sociedade.

Do alto de seu poderoso tribunal, Deus abençoava essa cena tocante e nós todos dizíamos, rodeando a criança: “Vai receber a tua recompensa.”

A suave mensageira subiu aos Céus, com a lágrima escaldante nas mãos e pôde dizer:

─ Senhor, ele chorou. Eis aqui a prova!

─ Está bem, respondeu o Senhor. Conservai essa primeira gota de orvalho do coração endurecido. Que essa lágrima fecunda vá regar esse Espírito ressequido pelo mal. Mas guardai sobretudo a primeira lágrima que essa criança me trouxe, e que essa gota d’água se torne diamante puro, porque ela é a pérola sem mancha da verdadeira caridade. Contai esse exemplo aos povos e dizei-lhes, solidários uns com os outros: “Olhai e vede! Eis aqui uma lágrima de amor pela Humanidade, e uma lágrima de remorso obtida pela prece. Estas duas lágrimas serão as pedras mais preciosas do vasto escrínio da caridade”.

CÁRITA

Os dois Voltaires

(Sociedade espírita de Paris, Faucherand - Médium: Sr. E. Vézy)

Sou eu mesmo, mas não aquele Espírito trocista e cáustico de outrora. O reizinho do século dezoito, que dominava pelo pensamento e pelo gênio a tantos soberanos, hoje não mais tem nos lábios aquele sorriso mordaz, que fazia tremer os inimigos e os próprios amigos! Meu cinismo desapareceu diante da revelação das grandes coisas que eu tinha pretensão de saber, mas que só conheci no além-túmulo!

Pobres cérebros demasiado estreitos para conterem tantas maravilhas! Humanos, calai-vos e humilhai-vos ante o poder supremo! Admirai e contemplai! É o que podeis fazer. Como quereis aprofundar Deus e o seu grande trabalho? Apesar de todos os seus recursos, a vossa razão não se quebra diante do átomo e do grão de areia que ela não pode definir?

Eu empreguei a minha vida a procurar e conhecer Deus e seu princípio. Minha razão se enfraqueceu e eu cheguei ao ponto não de negar Deus, mas a sua glória, o seu poder e a sua grandeza. Eu o explicava desenvolvendo-se no tempo. Uma intuição celeste me dizia que rejeitasse tal erro, mas eu não escutava e me fiz apóstolo de uma doutrina mentirosa... Sabeis por quê? Porque, no tumulto e na confusão de meus pensamentos, num entrechoque incessante, eu só via uma coisa: meu nome gravado no frontão do templo da memória das nações! Eu só via a glória que me prometia essa juventude universal que me cercava e parecia saborear com suave delícia a essência da doutrina que eu lhe ensinava.

Entretanto, empurrado não sei por qual remorso de minha consciência, quis parar, mas era tarde. Como toda utopia, todo sistema que abraçamos nos arrasta. A princípio segue a torrente, depois nos arrasta e nos quebra, tão rápida e violenta é por vezes a sua queda.

Crede-me, vós que aqui estais à procura da verdade, encontrá-la-eis quando tiverdes tirado de vosso coração o amor às lantejoulas, que um tolo amor-próprio e um tolo orgulho fazem brilhar aos vossos olhos.

Na nova via por onde marchais, não temais combater o erro e desafiá-lo, quando se erguer à vossa frente. Não é uma monstruosidade preconizarmos uma mentira, contra a qual ninguém ousa defender-se, pelo fato de saber-se que fizemos discípulos que ultrapassaram as nossas crenças?

Vedes, meus amigos, que o Voltaire de hoje não é mais aquele do século dezoito. Eu sou mais cristão, porque aqui venho fazer-vos esquecer a minha glória e vos lembrar o que eu fui na juventude e o que eu amava em minha infância.

Oh! Como eu gostava de me perder no mundo dos pensamentos! Minha imaginação ardente e viva percorria os vales da Ásia em busca daquele que chamais Redentor... Eu gostava de percorrer os caminhos que ele tinha percorrido. E como me parecia grande e sublime esse Cristo em meio à multidão! Eu acreditava ouvir a sua voz poderosa, instruindo os povos da Galileia, das bordas do Tiberíades e da Judeia!...

Mais tarde, nas minhas noites de insônia, quantas vezes me ergui para abrir uma velha Bíblia e reler suas páginas santas! Então minha fronte se inclinava diante da cruz, esse sinal eterno da redenção, que une a Terra ao Céu, a criatura ao Criador!... Quantas vezes admirei esse poder de Deus, subdividindo-se, por assim dizer, e cuja centelha se encarna para fazer-se tão pequena, vindo entregar a alma no Calvário, em expiação!...vítima augusta cuja divindade eu negava, e que, entretanto, me fez dizer:

Teu Deus que tu traíste,

Teu Deus que tu blasfemas; Para ti, para o Universo, Morreu nesses lugares!

Sofro, mas expio a resistência que opunha a Deus. Eu tinha a missão de instruir e esclarecer. A princípio o fiz, mas o meu facho se extinguiu nas minhas mãos, na hora marcada para a luz.

Felizes filhos do século dezenove e do século vinte, a vós é que é dado ver luzir o facho da verdade. Fazei que vossos olhos vejam bem a sua luz, porque para vós ela terá radiações celestes, e sua claridade será divina!

VOLTAIRE

Filhos, deixei que em meu lugar falasse um dos vossos grandes filósofos, principal arquiteto do erro. Quis que ele viesse dizer-vos onde está a luz. Que vos parece? Todos virão repetir-vos: “Não há sabedoria sem amor nem caridade”. Dizei-me, que doutrina será mais suave para ensinar que o Espiritismo? Nunca seria demasiado repetir-vos que o amor e a caridade são as duas virtudes supremas que unem, como diz Voltaire, a criatura ao Criador. Oh! Que mistério e que laço sublime! Ínfimo verme da Terra, que pode tornar-se tão poderoso que a sua glória atingirá o trono do Eterno!...

SANTO AGOSTINHO

TEXTOS RELACIONADOS

Mostrar itens relacionados

Utilizamos cookies para melhorar sua experiência. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.