O Céu e o Inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo

Allan Kardec

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13. Deus é soberanamente justo. A soberana justiça não é a justiça mais inexorável, nem aquela que deixa toda falta impune; é aquela que tem em conta rigorosamente o bem e o mal, que recompensa um e pune o outro na proporção mais equitativa, e nunca se engana.

Se, por uma falta temporária, que sempre é o resultado da natureza imperfeita do homem, e com frequência do meio em que ele se encontra, a alma pode ser punida eternamente, sem esperança de atenuação nem de perdão, não há nenhuma proporção entre a falta e a punição: portanto, não há justiça.

Se o culpado volta para Deus, arrepende-se e pede para reparar o mal que fez, é um retorno ao bem, aos bons sentimentos. Se o castigo é irrevogável, esse retorno ao bem é sem fruto; visto que não tem em conta o bem, não é justiça. Entre os homens, o condenado que se emenda vê sua pena comutada, por vezes até perdoada; logo, haveria na justiça humana mais equidade do que na justiça divina!

Se a condenação é irrevogável, o arrependimento é inútil; o culpado, não tendo nada a esperar de seu retorno ao bem, persiste no mal; de modo que não só Deus o condena a sofrer perpetuamente, mas ainda a permanecer no mal pela eternidade. Isso não seria justiça nem bondade.

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