Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1863

Allan Kardec

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NOTA: O artigo seguinte é a introdução a um trabalho completo que o autor, Sr.Herrenschneider, se propõe fazer sobre a necessidade da aliança entre a Filosofia e o Espiritismo.

A partir de quando o Espiritismo se revelou na França, há dez ou doze anos, as comunicações incessantes dos Espíritos provocaram em todas as camadas da Sociedade um movimento religioso benéfico, que importa encorajar e desenvolver.

Com efeito, neste século, o espírito religioso estava perdido, sobretudo entre as classes letradas e inteligentes; o sarcasmo voltairiano tinha tirado o prestígio do Cristianismo; o progresso das ciências lhes havia feito reconhecer as contradições existentes entre os dogmas e as leis naturais; as descobertas astronômicas tinham demonstrado a puerilidade da ideia que formavam de Deus os filhos de Abraão, de Moisés e do Cristo.

O desenvolvimento das riquezas, as invenções maravilhosas das artes e da indústria, toda a civilização protestava, aos olhos da sociedade moderna, contra a renúncia ao mundo. Foi em consequência desses numerosos motivos que a incredulidade e a indiferença tinham penetrado nas almas; que a despreocupação com destinos eternos tinha entorpecido o nosso amor ao bem e paralisado o nosso aperfeiçoamento moral; e que a paixão do bem-estar, do prazer, do luxo e das vaidades terrenas tinha acabado por cativar quase toda a nossa ambição; quando, de repente, os mortos vieram nos lembrar que nossa vida presente tem um dia seguinte, e que nossos atos tem suas consequências fatais, inevitáveis, senão nesta vida, infalivelmente na vida futura.

Essa aparição dos Espíritos foi um raio que fez tremer muita gente, à vista desses móveis em movimento, sob o impulso de uma força invisível; à audição desses pensamentos inteligentes, ditados por intermédio de uma telegrafia grosseira; à leitura dessas páginas sublimes, escritas por nossas mãos distraídas, sob a ação de uma direção misteriosa.

Quantos corações batiam, tomados de medo súbito; quantas consciências opressas despertaram em merecidas angústias; quantas inteligências não foram feridas de estupor! A renovação dessas relações com as almas dos mortos é, e continuará sendo um acontecimento prodigioso, que terá como consequência a regeneração, tão necessária, da Sociedade moderna.

É que, quando a Sociedade humana não tem outro objetivo de atividade senão a prosperidade material e o prazer dos sentidos, ela mergulha no materialismo egoísta; aprecia todas as ações conforme o bem que das mesmas retira; renuncia a todos os esforços que não conduzem a uma vantagem palpável; só estima os que têm posses e só respeita o poder que se impõe.

Quando os homens só se preocupam com os sucessos imediatos e lucrativos, eles perdem o senso da honestidade, renunciam à escolha dos meios, calcam aos pés a felicidade íntima, as virtudes privadas, e deixam de se guiar conforme os princípios de justiça e de equidade. Numa sociedade lançada nessa direção imoral, o rico leva uma vida de moleza ignóbil e embrutecedora, e o deserdado aí arrasta uma existência dolorosa e monótona, cujo último consolo parece ser o suicídio.

Contra semelhante disposição moral, pública e privada, a Filosofia é impotente. Não que lhe faltem argumentos para provar a necessidade social de princípios puros e generosos; não que não possa ela demonstrar a iminência da responsabilidade final e estabelecer a perpetuidade de nossa existência, mas, geralmente, os homens não têm tempo nem gosto nem o espírito suficientemente refletido para prestarem atenção à voz de sua consciência e às observações da razão.

Além disto, as vicissitudes da vida por vezes são muito imperiosas para que eles se decidam pelo exercício da virtude pelo simples amor ao bem. Mesmo quando a Filosofia tivesse sido o que realmente deveria ser: uma doutrina completa e certa, ela jamais teria podido provocar, só por seu ensino, a regeneração social de maneira eficaz, porquanto até hoje ela não pôde dar à autoridade de sua doutrina outra sanção senão o amor abstrato ao ideal e à perfeição.

É que aos homens é preciso, para convencê-los da necessidade de se consagrarem ao bem, fatos que falem aos sentidos. É-lhes necessário o quadro empolgante de suas dores futuras, para que consintam em remontar a rampa funesta por onde os vícios os arrastam; é-lhes necessário tocar com o dedo as desgraças eternas que para si mesmos preparam, pela displicência moral, para compreenderem que a vida atual não é o objetivo de sua existência, mas o meio que o Criador lhes deu de trabalhar pessoalmente para a realização de seus destinos finais. Foi também por estes motivos que todas as religiões basearam seus mandamentos no terror do inferno e nas seduções das alegrias celestes.

Mas a partir de quando, sob o império da incredulidade e da indiferença religiosa, as populações se certificaram das consequências últimas de seus pecados, com a ajuda de uma filosofia fácil e inconsequente, o culto dos sentidos, dos interesses temporais e das doutrinas egoístas acabou por prevalecer.

Hoje, os homens esclarecidos, inteligentes e fortes seguem suas próprias inspirações e afastam-se da Igreja, pois falta-lhe a autoridade necessária para reconquistar sua influência vinte vezes secular. Pode-se dizer, portanto, que a Igreja é tão impotente quando a Filosofia, e que nem uma nem a outra exercerá salutar influência senão submetendo-se, cada uma em seu gênero, a uma reforma radical.

Enquanto se espera, a Humanidade se agita, os acontecimentos se sucedem e a aparição das manifestações espíritas, neste século culto, prático, suficiente e céptico, sem contradita é o acontecimento mais considerável. Assim, pois, vemos o túmulo aberto à nossa frente, não como o fim de nossas penas e de nossas misérias terrenas; não como o abismo hiante onde vêm abismar-se as nossas paixões, os nossos prazeres e as nossas ilusões, mas antes como o pórtico majestoso de um novo mundo, onde uns colherão, malgrado seu, os amargos frutos que suas fraquezas lhes terão feito semear, e onde outros, ao contrário, assegurar-se-ão, por seu mérito, a passagem a esferas mais puras e mais altas.

Portanto, é o Espiritismo que nos revela nossos destinos futuros, e quanto mais ele for conhecido, mais ganhará, em impulso e em extensão, a regeneração moral e religiosa.

A união do Espiritismo com as ciências filosóficas, com efeito, nos parece de alta necessidade para a felicidade humana e para o progresso moral, intelectual e religioso da Sociedade moderna, porque não mais estamos no tempo em que se podia afastar a Ciência humana e dar preferência à fé cega.

A Ciência moderna é muito sábia, muito segura de si mesma e muito adiantada no conhecimento das leis que Deus impôs à inteligência e à Natureza, para que a transformação religiosa se possa dar sem seu concurso. Conhece-se muito exatamente a relativa exiguidade de nosso globo para conferir à Humanidade um lugar privilegiado nos desígnios providenciais. Aos olhos de todos, não passamos de um grão de poeira na imensidade dos mundos, e sabe-se que as leis que regem essa multidão indefinida de existências são simples, imutáveis e universais. Enfim as exigências da certeza de nossos conhecimentos foram fortemente aprofundadas, para que uma nova doutrina possa erguer-se e manter-se em outra base senão um misticismo tocante e inofensivo.

Então, quando o Espiritismo quer estender seu domínio sobre todas as classes sociais, sobre os homens superiores e inteligentes, como sobre as almas delicadas e crentes, é preciso que, sem reservas, se lance na corrente do pensamento humano, e que, por sua superioridade filosófica, saiba impor à soberba razão o respeito à sua autoridade.

É esta ação independente dos adeptos do Espiritismo que os Espíritos elevados que se manifestam compreendem perfeitamente. Aquele que se designa sob o nome de Santo Agostinho dizia ultimamente: “Observai e estudai com cuidado as comunicações que recebeis; aceitai o que a vossa razão não repele e rejeitai o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam em dúvida. Tendes aí a marcha a seguir, para transmitir às gerações futuras, sem medo de vê-las desnaturadas, as verdades que separareis sem esforço do seu cortejo inevitável de erros.”

Eis, em poucas palavras, o verdadeiro espírito do Espiritismo, aquele que a Ciência pode admitir sem derrogar; aquele que nos servirá para conquistar a Humanidade. Aliás, o Espiritismo nada tem a temer de sua aliança com a Filosofia, porque ele repousa em fatos incontestáveis, que têm sua razão de ser nas leis da criação. Cabe à Ciência estudar o seu alcance e coordenar os princípios gerais, de acordo com essa nova ordem de fenômenos, porque é evidente que, se ela não tinha pressentido a existência necessária, no espaço que nos rodeia, das almas dos mortos ou das destinadas a renascer, a Ciência deve compreender que sua filosofia primeira estava incompleta e que princípios primordiais lhe haviam escapado.

A Filosofia, ao contrário, tem tudo a ganhar ao considerar seriamente os fatos do Espiritismo. Para começar, porque estes são a sanção solene de seu ensinamento moral e porque, por si mesmos, provarão aos mais endurecidos o alcance fatal de sua conduta. Mas, por mais importante que seja esta justificação positiva de suas máximas, o estudo aprofundado das consequências que se deduzem da constatação da existência sensível da alma ao estado não encarnado, servir-lhe-á em seguida para determinar os elementos constitutivos da alma, sua origem e seu destino, e para estabelecer a lei moral e a do progresso anímico sobre bases certas e inamolgáveis.

Além disso, o conhecimento da essência da alma conduzirá a Filosofia ao conhecimento da essência das coisas e de Deus, e lhe permitirá unir todas as doutrinas que a dividem, num só e mesmo sistema geral verdadeiramente completo.

Enfim, esses diversos desenvolvimentos da Filosofia, provocados por esta preciosa determinação da essência anímica, conduzi-la-ão infalivelmente sobre os traços dos princípios fundamentais da antiga cabala e da antiga ciência oculta dos hierofantes, cujo último raio luminoso chegado até nós é a trindade cristã. É assim que, pela simples aparição das almas errantes, chegar-se-á, como temos todo direito de esperar, a constituir a cadeia ininterrupta das tradições morais, religiosas e metafísicas da Humanidade antiga e moderna.

Este futuro considerável que concebemos para a Filosofia aliada ao Espiritismo, não parecerá impossível aos que tiverem alguma noção dessa ciência, se considerarem o vazio dos princípios sobre os quais se fundam as diversas escolas e a impotência para elas disso resultante de explicar a realidade concreta e viva da alma e de Deus. É assim que o materialismo alega que os seres não passam de fenômenos materiais, semelhantes aos produzidos pelas combinações das substâncias químicas, e que o princípio que os anima faz parte de um suposto princípio vital universal. Conforme este sistema, a alma individual não existiria e Deus seria um ser completamente inútil.

Os discípulos de Hegel, por seu lado, imaginam que a ideia, esse fenômeno indisciplinado de nossa alma, é um elemento em si, independente de nós; que ela é um princípio universal que se manifesta pela Humanidade e sua atividade intelectual, como também pela Natureza e suas maravilhosas transformações. Consequentemente, essa escola nega a individualidade eterna de nossa alma, e a confunde num só todo, com a Natureza. Ela supõe que existe uma identidade perfeita entre o universo visível e o mundo moral e intelectual; que um e outro são o resultado da evolução progressiva e fatal da ideia primitiva, universal, numa palavra, do absoluto. Nesse sistema, Deus, igualmente, não tem qualquer individualidade, nenhuma liberdade e não se conhece pessoalmente. Ele não se percebeu a si mesmo, pela primeira vez, senão em 1810, por intermédio de Hegel, quando este o reconheceu na ideia absoluta e universal. (Histórico).

Enfim, nossa escola espiritualista, vulgarmente chamada ecletismo, considera a alma como não sendo senão uma força sem extensão e sem solidez, uma inteligência imperceptível no corpo humano e que, uma vez desembaraçada de seu envoltório, conservando sua individualidade e sua imortalidade, não existiria mais, nem no tempo, nem no espaço. Nossa alma seria, pois, um não sei quê sem ligação com o que existe, e não ocuparia nenhum lugar determinado. Conforme esse mesmo sistema, Deus não é mais perceptível. Ele é o pensamento perfeito, e igualmente não tem nem solidez nem estabilidade nem forma nem realidade sensível; é um ser vazio; sem a razão nós não poderíamos dele ter nenhuma intuição. Entretanto, quem são os que inventaram o ateísmo, o cepticismo, o panteísmo, o idealismo, etc.? São os homens de raciocínio, os inteligentes, os sábios! Os povos ignorantes, cujas sensações são os principais guias, jamais duvidaram de Deus nem da alma nem de sua imortalidade. A razão, só, parece, pois, ser má conselheira!

Essas doutrinas, como se pode verificar, não têm, consequentemente, um princípio real, estável, vivo da noção do Ser real. Elas se movem num mundo inteligível, que nada tem a ver com a realidade concreta. O vazio de seus princípios relaciona-se com o conjunto de seus sistemas, e os torna tão sutis quão vagos e alheios à realidade das coisas. O próprio senso comum é ferido, malgrado o talento e a prodigiosa erudição de seus aderentes.

Mas o Espiritismo é ainda mais brutal em relação a eles, pois derruba todos esses sistemas abstratos, opondo-lhes um fato único: a realidade substancial, viva e atual da alma não encarnada. Ele lha mostra como um ser pessoal, existindo no tempo e no espaço, posto que invisível para nós; como um ser tendo o seu elemento sólido, substancial e sua força ativa e pensante. Ele nos mostra mesmo as almas errantes comunicando-se conosco por sua iniciativa! É evidente que semelhante fato deve derrubar todos os castelos de areia e, com uma penada, desvanecer essas soberbas armações fantasiosas.

Mas, por acréscimo de confusão, pode-se provar aos partidários dessas doutrinas alambicadas, que todo homem leva em sua própria consciência os elementos suficientes para demonstrar a existência da alma, tal como o Espiritismo o estabelece pelos fatos, de modo que seus sistemas não só são errados no seu ponto de chegada, mas ainda o são em seu ponto de partida. Assim, o mais sábio partido que resta a ser tomado por esses honrados sábios, é refundir completamente sua filosofia e consagrar seu profundo saber à fundação de uma ciência primeira, mais precisa e mais conforme à realidade.

É que, efetivamente, carregamos em nós mesmos quatro noções irredutíveis, que nos autorizam a afirmar a existência de nossa alma, tal qual o Espiritismo no-la apresenta. Primeiramente, temos em nós o sentimento de nossa existência. Tal sentimento só se pode revelar por uma impressão que recebemos de nós próprios. Ora, nenhuma impressão se faz sobre um objeto privado de solidez e de extensão, de sorte que, considerando o simples fato de nossas sensações, devemos deduzir que temos em nós um elemento sensível, sutil, extenso e resistente, isto é, uma substância. Em segundo lugar, temos em nós a consciência de um elemento ativo, causador, que se manifesta em nossa vontade, nosso pensamento e nossos atos. Em consequência, é ainda evidente que possuímos em nós um segundo elemento: uma força. Portanto, pelo simples fato que nós nos sentimos e nos sabemos, devemos concluir que encerramos dois elementos constitutivos, força e substância, isto é, uma dualidade essencial, anímica.

Mas essas duas noções primitivas não são as únicas que carregamos conosco. Ainda nos concebemos, em terceiro lugar, uma unidade pessoal, original, que permanece sempre idêntica a si mesma; e, em quarto lugar, um destino igualmente pessoal, porque todos nós procuramos a felicidade e as nossas próprias conveniências em todas as circunstâncias da vida. Desse modo, juntando essas duas novas noções, que constituem nosso duplo aspecto, às duas precedentes, reconhecemos que nosso ser encerra quatro princípios bem distintos: sua dualidade de essência e sua dualidade de aspecto.

Ora, como esses quatro elementos do conhecimento do nosso eu, que nos levam a nos afirmarmos pessoalmente, são noções independentes do corpo, e que elas não tem qualquer relação com o nosso envoltório material, é evidente e peremptório para todo espírito justo e não prevenido, que nosso ser depende de um princípio invisível, chamado Alma, e que essa alma existe como tal, porque ela tem uma substância e uma força, uma unidade e um destino próprios e pessoais.

Tais são os quatro elementos primordiais de nossa individualidade anímica, cuja noção cada um de nós leva em seu seio, e que nenhum homem poderia refutar. Em consequência, como dissemos, em todos os tempos a Filosofia possuiu os elementos suficientes para o conhecimento da alma, tal qual o Espiritismo no-la dá a conhecer. Se, pois, até o presente, a razão humana não conseguiu construir uma metafísica verdadeira e útil que lhe tenha feito compreender que a alma deve ser considerada como um ser real, independente do corpo e capaz de existir por si mesma, substancialmente e virtualmente, no tempo e no espaço, é que ela desdenhou a observação direta dos fatos de consciência e que, em seu orgulho e sua suficiência, a razão foi posta em lugar e no lugar da realidade.

Conforme estas observações, pode-se compreender quanto importa à Filosofia unir-se ao Espiritismo, pois daí ela tirará a vantagem de se criar uma ciência primeira, séria e completa, fundada sobre o conhecimento da essência da alma e das quatro condições de sua realidade. Mas não é menos necessário ao Espiritismo aliarse com a Filosofia, porque só por ela poderá estabelecer a certeza científica dos fatos espíritas que formam a base fundamental de sua crença, e daí tirar as importantes consequências que eles contêm.

Sem dúvida, ao bom-senso basta ver um fenômeno para crer em sua realidade, e muitos contentam-se com isto, mas a Ciência muitas vezes teve motivos para duvidar dos protestos do senso comum e para não confiar nas impressões dos nossos sentidos e nas ilusões de nossa imaginação. O bom-senso não basta, pois, para estabelecer cientificamente a realidade da presença dos Espíritos em volta de nós. Para estar certo disto de maneira irrefutável, é preciso estabelecer racionalmente, segundo as leis gerais da criação, que sua existência é necessária por si mesma, e que sua presença invisível não passa da confirmação de dados racionais e científicos, como aqueles que acabamos de indicar de maneira sumária. Portanto, só pelo método filosófico é que se chega a tal resultado. Eis um trabalho necessário à autoridade do Espiritismo, e só a Filosofia lhe pode prestar esse serviço.

Em geral, para triunfar, seja em que empresa for, é necessário aliar o conhecimento dos princípios à observação dos fatos. Nas circunstâncias particulares do Espiritismo, é ainda muito mais necessário proceder desta maneira rigorosa para se chegar à verdade, porque nossa nova doutrina toca os nossos interesses mais caros e mais elevados, os que constituem a nossa felicidade presente e eterna. Em consequência, a união do Espiritismo e da Filosofia é da mais alta importância para o sucesso de nossos esforços e para o futuro da Humanidade.

F. HERRENSCHNEIDER

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