Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1863

Allan Kardec

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(SOCIEDADE ESPÍRITA DE PARIS. MÉDIUM: SRA. COSTEL)

O arrependimento sobe a Deus; e lhe é mais agradável que o fumo dos sacricios e mais precioso que o incenso espalhado nos recintos sagrados. Semelhante às tempestades que varam o ar, purificando-o, o arrependimento é um sofrimento fecundo, uma força reativa e atuante. Jesus santificou sua virtude, e as lágrimas de Madalena se espalharam como orvalho sobre os corações endurecidos que ignoravam a graça do perdão. A soberana virtude proclamou o poder do arrependimento e os séculos repercutiram, enfraquecendo-o, a palavra do Cristo.

E chegada a hora em que o Espiritismo deve rejuvenescer e vivificar a essência mesma do cristianismo. Assim, por toda parte e para sempre, apagai a cruel sentença que despoja a alma culpada de toda esperança. O arrependimento é uma virtude militante, uma virtude viril, que só os Espíritos adiantados ou os corações ternos podem sentir. O pesarmomentâneo e causticante de uma falta não arrasta consigo a expiação que dá o conhecimento da justiça de Deus, justiça rigorosa em suas conclusões, que aplica a lei de Talião à vida moral e física do homem e o castiga pela lógica dos fatos, todos decorrentes do bom ou mau uso do livre arbítrio.

Amai aos que sofrem e assisti o arrependimento, que é a expressão e o sinal que Deus imprimiu na sua criatura inteligente, para a elevar e aproximar de. si.


João, Discípulo



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