(Sociedade Espírita de Paris, 26 de dezembro de 1862 - Médium: Sr. D'Ambel)
NOTA: Esta comunicação foi dada a propósito de um relatório feito à Sociedade sobre as novas sociedades espíritas, que se formam em toda a parte, na França e no estrangeiro.
Hoje o progresso se manifesta de maneira muito estrepitosa na crença nas doutrinas regeneradoras que trazemos ao vosso mundo, para que doravante seja necessário comprová-lo. Cego é quem não vê a marcha triunfante de nossas ideias! Quando os homens eminentes, pertencentes às funções mais liberais, gente de ciência e de estudo, médicos, filósofos e jurisconsultos se lançam resolutamente à busca da verdade nas novas vias abertas pelo Espiritismo; quando a classe militante aí vem buscar consolações e novas forças, quem, entre os humanos, julgar-se-ia bastante forte para opor uma barreira ao desenvolvimento desta nova ciência filosófica? Ultimamente dizia Lamennais, nesse estilo conciso e eloquente a que vos habituastes, que o futuro estava no Espiritismo. Hoje tenho o direito de exclamar: Não está aí um fato consumado?
Com efeito, a estrada torna-se larga; o regato de ontem transforma-se em rio e, a partir dos vales transpostos, seu curso majestoso rir-se-á das magras comportas e das tardias barricadas que alguns ribeirinhos atrasados procurarão construir a fim de entravar a sua marcha para o grande oceano do Infinito. Pobre gente! A corrente vos arrastará, e em breve vos ouviremos gritar, também vós: “É verdade! A Terra gira!” Se as ondas de sangue derramado nas Américas não chamassem a atenção de todos os pensadores sérios e de todos os amigos da paz cujo coração sangra ao relato dessas lutas sangrentas e fratricidas; se as nações mal estabelecidas não buscassem em todo o seu território encontrar sua base normal; se as aspirações de todos, enfim, não tendessem para o melhoramento moral e material há tanto tempo procurado, poder-se-ia negar a utilidade dos cataclismos morais anunciados por alguns Espíritos iniciadores. Mas todos esses sinais característicos são muito evidentes para que se não reconheça a necessidade, a urgência de um novo farol que ainda possa salvar o mundo em perigo.
Outrora, quando o mundo pagão, minado pela mais completa desmoralização, vacilava em sua base, de todos os lados vozes proféticas anunciavam a próxima vinda de um redentor. Desde alguns anos não tendes ouvido, ó espíritas, as mesmas vozes proféticas? Ah! Eu sei. Nenhum dentre vós esqueceu. Então, tende certeza de que o tempo é chegado, e gritemos juntos, como outrora na Judeia: “Glória a Deus no mais alto dos céus!”
“ERASTO''