Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1864

Allan Kardec

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Durante muito tempo estivemos sozinho no campo de batalha para sustentar a luta travada contra o Espiritismo, mas eis que campeões surgiram de diversos lados e entraram corajosamente na liça, como para dar um desmentido aos que pretendem que o Espiritismo está se acabando. Primeiro, la Vérité, de Lyon; depois, em Bordeaux: a Ruche, o Sauveur, a Lumière; na Bélgica: a Revue Spirite d’Anvers; em Turim: os Anais do Espiritismo na Itália. Temos a satisfação de dizer que todos erguem bravamente a bandeira, e provaram aos nossos adversários que eles achariam com quem contar. Se fazemos justos elogios à firmeza de que esses jornais deram prova, por suas refutações cheias de lógica, devemos sobretudo elogiá-los por não se haverem afastado da moderação, que é o caráter essencial do Espiritismo, ao mesmo tempo que é a prova da verdadeira força; por não terem seguido os nossos antagonistas no terreno do personalismo e da injúria, incontestável sinal de fraqueza, porque não se chega a tal extremo senão quando se está carente de boas razões. Aquele que está de posse de argumentos sérios, faz que eles valham; ele não os substitui ou se abstém de enfraquecê-los por uma linguagem indigna de uma boa causa.

Em Paris, um recém chegado se apresenta sob o título despretensioso de Avenir, Monitor do Espiritismo. A maioria de nossos leitores já o conhecem, bem como seu redator-chefe, o Sr. d’Ambel, e puderam julgá-lo por suas primeiras armas. A melhor propaganda é provar o que se pode fazer; é, em seguida o grande júri da opinião que pronuncia o veredicto. Ora, não duvidamos que este não lhe seja favorável, a julgar pela acolhida simpática recebida ao seu aparecimento.

A ele, pois, também as nossas simpatias pessoais, conquistadas previamente por todas as publicações destinadas a servir valorosamente à causa do Espiritismo, porque não poderíamos conscientemente apoiar nem encorajar aquelas que, pela forma ou pelo fundo, voluntariamente ou por imprudência, lhe fossem mais prejudiciais do que úteis, desviando a opinião quanto ao verdadeiro caráter da doutrina, ou oferecendo o flanco aos ataques e às críticas fundadas dos nossos inimigos. Em semelhante caso, a intenção não pode ser reputada pelo fato.

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