Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1860

Allan Kardec

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A hipocrisia (Médium, Sr. Didier Filho)

Deveria haver na Terra dois campos bem distintos: o dos homens que fazem o bem abertamente e o dos que fazem o mal abertamente. Mas, não! O homem não é franco nem mesmo no tocante ao mal, pois afeta virtude. Hipocrisia! Hipocrisia!

Deusa poderosa! Quantos tiranos criaste! Quantos ídolos fizeste adorar! O coração do homem é realmente muito estranho, pois pode bater quando ele está morto, pois pode, em aparência, amar a honra, a virtude, a verdade, a caridade! Diariamente o homem se prostra ante estas virtudes e diariamente falta à sua palavra, desprezando o pobre e o Cristo. Diariamente é um tartufo e mente. Quantos homens parecem honestos porque a aparência muitas vezes engana! O Cristo os chamava sepulcros caiados, isto é, a podridão interna, o mármore por fora, brilhando ao sol. Homem!

Na verdade pareces essa morada da morte, e enquanto teu coração estiver morto, Jesus não te inspirará, Jesus, esta luz divina que não clareia o exterior, mas que ilumina interiormente.

A hipocrisia, entendei bem, é o vício da vossa época. E quereis fazer-vos grandes pela hipocrisia! Em nome da liberdade, vos engrandeceis; em nome da moral, vos embruteceis; em nome da verdade, mentis.
LAMENNAIS

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