Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1869

Allan Kardec

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Miss Nichol, médium de transporte



Nestes últimos dias o hotel dos Deux-Mondes, da Rua d’Antin, foi teatro de sessões sobrenaturais dadas pela célebre médium Nichol, apenas em presença de alguns iniciados.

A Sra. Nichol vai a Roma submeter ao exame do Santo Padre a sua faculdade extraordinária, que consiste em fazer cair chuva de flores. É o que se chama um médium de transporte (Jornal Paris, 15 de janeiro de 1869).

A Sra. Nichol é de Londres, onde goza de certa reputação como médium. Assistimos a algumas de suas experiências, numa sessão íntima, há mais de um ano, e confessamos que deixaram muito a desejar. É verdade que somos um tanto quanto cético a respeito de certas manifestações e um tanto exigente quanto às condições em que se produzem, não que ponhamos em dúvida a boa-fé dessa senhora. Dizemos apenas que aquilo que vimos não nos pareceu de natureza a convencer os incrédulos.

Desejamos-lhe boa sorte junto ao Santo Padre, porquanto ela não terá trabalho em convencê-lo da realidade dos fenômenos que hoje são abertamente confessados pelo clero (Ver a obra intitulada Dos Espíritos e suas relações com o mundo visível, pelo padre Triboulet[1]. Mas duvidamos muito que ela chegue a fazê-lo reconhecer oficialmente que não são obra do diabo.

Roma é uma terra malsã para os médiuns que não fazem milagres segundo a Igreja. Lembramos que em 1864 o Sr. Home, que ia à Roma, não para exercer a sua faculdade, mas unicamente para estudar escultura, teve que ceder à injunção que lhe foi feita de deixar a cidade em vinte e quatro horas (Revista de fevereiro de 1864).

[1] 1 volume in 8º. Preço: 5 francos.

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