O Sr. T. Jaubert, vice-presidente do tribunal civil de Carcassone, dirige-nos a carta que segue, a propósito do título de membro honorário que lhe conferiu a Sociedade Espírita de Paris.
A Sociedade foi feliz ao dar ao Sr. Jaubert esse testemunho de simpatia, e lhe provar quanto aprecia seu devotamento à causa do Espiritismo, sua modéstia, tanto quanto sua firmeza de caráter. Há posições que realçam ainda mais o mérito da coragem de opinião e qualidades que põem o homem acima da crítica. (Ver a Revista de junho último: Um Espírito coroado pela Academia de Jogos Florais).
Molitg-les-Bains, 21 de julho de 1863.
“Senhor Presidente,
“Vossa carta e a ata constatando a minha admissão entre os membros honorários da Sociedade Espírita Parisiense encontram-me em Molitg, onde, no interesse da saúde, passo umas férias de vinte e nove dias. Devo dar-vos tempestivamente a expressão de toda a minha gratidão.
“Creio na imortalidade da alma, na comunicação dos mortos com os vivos, como creio no Sol. Amo o Espiritismo como a mais legítima afirmação da lei de Deus: a lei do progresso. Confesso-o bem alto, porque confessá-lo é fazer o bem.
“Aceitei a prímula da Academia de Toulouse como uma resposta brilhante aos que não querem ver nos ditados reais dos Espíritos senão percepções erradas ou elucubrações ridículas. Recebo o título de membro honorário da Sociedade, da qual sois o chefe, como o mais honroso entre os que tenho da mão dos homens. Ainda uma vez, senhor, recebei para vós e para todos os membros da Sociedade Parisiense os meus mais sinceros agradecimentos.
“Vosso relato da sessão dos Jogos Florais interpretou fielmente os meus sentimentos e a minha conduta. Declarando que a fábula coroada era obra de meu Espírito familiar, não podia expor-me a chocar o público e os meus juízes. Exprimistes perfeitamente, na vossa Revista, o respeito que devo a mim próprio e à opinião alheia. Agora, se em todo esse caso eu não tomei a iniciativa a vosso respeito, se apenas respondo, é que teria tido que falar de mim, e associar meu nome a um acontecimento pelo qual sem dúvida me sinto feliz, mas que outros se têm dignado considerar como um sucesso.
“Hoje me sinto mais livre e é do mais profundo de meu coração que vos peço, senhor e caro mestre, aceitar a homenagem de meu reconhecimento, de minha simpatia e de minha mais distinta consideração.
T. JAUBERT
Vice-presidente do Tribunal de Carcassone - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
A abundância de matéria nos força a adiar para o próximo número nossa segunda carta ao Sr. Pe. Marouzeau, bem como a resposta à pergunta que nos foi dirigida sobre a distinção a fazer entre expiação e provação.
ALLAN KARDEC