Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1863

Allan Kardec

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Multiplicam-se as publicações espíritas e, como temos dito, nosso encorajamento tem contagiado todas aquelas que ultimamente podem servir à causa que defendemos. São outras tantas vozes que se elevam e servem para espalhar a ideia sob diferentes formas. Se não demos nossa opinião sobre certas obras mais ou menos importantes que tratam de matéria análoga, é que, receoso de que vissem nisso um sentimento de parcialidade, preferimos deixar que a opinião se formasse por si mesma. Ora, vemos que a da maioria confirmou a nossa. Por nossa posição, devemos ser sóbrio em apreciações no gênero, sobretudo quando a aprovação não pode ser absoluta. Ficando neutro, não nos acusarão de ter exercido uma pressão desfavorável, e se o sucesso não corresponder à expectativa, não nos poderão culpar por isso.

Entre as publicações recentes, que temos a satisfação de recomendar sem restrições, lembraremos principalmente as duas pequenas brochuras anunciadas em nosso último número, sob os títulos de Espiritismo sem os Espíritos e A Verdade sobre o Espiritismo experimental nos grupos, por um espírita teórico, sobre as quais mantemos a opinião já emitida, dizendo que, num quadro restrito, o autor tinha sabido resumir os verdadeiros princípios do Espiritismo com notável precisão e num estilo atraente. Na relativa aos grupos, os curiosos e os incrédulos encontrarão uma excelente lição sobre a maneira conveniente de observar o que se passa nos grupos sérios. ─ Preço: 50 cêntimos cada um; 60 cêntimos pelo correio. ─ Livraria Dentu, Palais-Royal.

Também não podemos omitir o jornal La Verité, publicado em Lyon, sob a direção do Sr. Edoux, que igualmente anunciamos. A falta de espaço força-nos a nos limitarmos a dizer que é um novo campeão que parece ser olhado de soslaio, no campo adverso. Ele marcou sua estreia por vários artigos de elevado alcance, assinados Philoléthès, entre os quais destacam-se os intitulados: Fundamento do Espiritismo; o Perispírito ante as tradições; O Perispírito ante a Filosofia e a História, etc. Eles denotam uma pena exercitada, apoiando-se numa lógica rigorosa e que pode, perseverando nessa via, dar trabalho aos nossos antagonistas, sem sair da linha de moderação que parece ser a divisa desse jornal, como a nossa. É pela lógica que se deve combater, e não pelas personalidades, injúrias e represálias.

ALLAN KARDEC

Em breve Bordeaux terá a sua Revista especial, que seremos felizes por ajudar com nossos conselhos, pois insistiram em no-los pedir. Se, como não duvidamos, ela seguir a via da sabedoria e da prudência, não deixará de ter o apoio de todos os verdadeiros espíritas, dos que veem o interesse da causa acima das questões pessoais, de interesse ou de amor-próprio. É por esses, bem se sabe, que nossas simpatias são conquistadas. A abnegação da personalidade, o desinteresse moral e material, a prática da lei do amor e da caridade serão sempre os sinais distintivos daqueles para quem o Espiritismo não é só uma crença estéril nesta vida e na outra, mas uma fé fecunda.

O jornal Courrier de la Moselle, de Metz, de 11 de abril de 1863, traz excelente e notável artigo assinado por Um espírita de Metz, refutando os casos de loucura atribuídos ao Espiritismo. Gostamos de ver os espíritas que entram na liça, opondo a fria e severa lógica dos fatos às diatribes de seus adversários. Citaremos algumas de suas passagens que a falta de espaço nos força a transferirmos para o próximo número.

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