Queríamos versos deberanger (Sociedade espírita do México, 20 de Abril de 1858)Desde que deixei nossa bela pátria, vi muitas terras.
Escuto chamar-me.
Cada um me diz: “Venha, venha, por favor: nós queremos versos de Béranger”.
Deixai, porém, repousar essa musa risonha.
Hoje ela mora nos vastos campos dos ares e, para louvar a seu Deus, sua voz sempre alegre se mistura diariamente aos concertos celestes.
Outrora ela cantou em árias muito frívolas, mas seu coração era bom.
Chamando-a a si, Deus não julgou más suas palavras levianas.
Ele amava e orava sem detestar ninguém.
Se eu pude flagelar a raça capuchinha, com isso os franceses deram boas risadas.
E se o bom Deus me destinar a regressar à Terra, reservarei para eles um estribilho de troça.
Arre! Vocês me assassinam, ó gente leviana! Versos! Sempre versos!
O pobre Béranger os fez em quantidade, ao passar pela Terra.
E contra eles a sua morte devia protegê-lo.
Mas, não! Nada disso! Que se cumpra o seu destino!
Eu esperava, ao morrer, que Deus o tivesse impedido.
Do pobre Béranger assistis ao suplício, e quereis puni-lo, ai de mim! por seu pecado.
BÉRANGER